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Seiscentas palavras, três parágrafos, uma página - simples assim.

Trocar ideias é sempre um problema, potencializado ao máximo pelo uso das redes sociais. Um problema que decorre primeiro da preguiça que as pessoas têm para ler e, depois, da sua indisposição em ouvir e refletir. Ouvir e considerar a opinião alheia, refletindo sobre ela de forma honesta, seriamente. Eu gosto de chamar esse tipo de discussão de “discussão honesta”. Na minha visão, a discussão é honesta quando há honestidade de propósitos. E quais são esses propósitos? Basicamente ouvir, considerar e de fato querer chegar a uma conclusão sobre o assunto proposto. Qualquer que seja a conclusão, mesmo que ela seja contrária ao que o ouvinte/leitor acredita, concorda ou quer. Eu acho que qualquer pessoa tem o direito de esperar ou uma concordância ou uma discordância honesta sobre o que tinha a dizer. E vou mais longe, quando obtiver uma discordância que ela esteja baseada em fatos ou opiniões igualmente honestas. Esse deveria ser um dos direitos e garantias individuais, deveria estar expressamente previsto num dos Incisos do artigo 5º da Constituição.

Mas eu também acho que o autor da opinião tem a obrigação de buscar um meio de se fazer ouvir. Ou ler. Essa ideia está martelando na minha cabeça há algum tempo, e muita gente consegue fazer isso. E os exemplos são muitos. O Twitter, por exemplo, criou uma métrica que não se altera – 240 caracteres. Diga o que quiser, desde que, obviamente, dentro de determinados princípios básicos (legais, morais, éticos, etc.). Mas diga o que quiser em 240 caracteres. Por que isso? Porque as pessoas não querem ler. Têm preguiça. E você não pode deixar de dizer algo por conta disso, tem que se ajustar. E tem mais. Sustentações orais em tribunais – têm limite de tempo. Exposições e palestras – idem. Em resumo, ajuste-se. E por que não fazer o mesmo com um blog? No Facebook ninguém lê nada mesmo. As pessoas gostam de se exibir, com imagens, palavras, opiniões supostamente engraçadas, provocações. Ninguém quer debater nada. Aliás, não sei nem se elas querem saber o que Você pensa ou, sequer, se Você pensa. Mas por que não um blog, com textos em tamanhos limitados?


Não é possível que as pessoas não tenham paciência de ler uma página. Uma única e singela página, dividida em três parágrafos e com uma quantidade limitada de palavras – duzentas palavras por parágrafo. No máximo. Essa é a minha proposta – debater ideias, manifestar opiniões, expressar visões, escrever coisas bonitas, alegres, tristes (sim, elas também são necessárias), sérias, singelas. Não importa. Desde que seja honesto, aberto e que tudo aconteça com honestidade de propósitos. Pode ser qualquer assunto. Pode ser qualquer visão. Pode ser qualquer opinião. Mas é preciso escrever/falar e ler/ouvir. E, ao final, considerar. Você terá lido uma página, três parágrafos e, no máximo, 600 palavras. Quanto tempo leva isso? Cinco minutos (para mim, levou 3min14seg)? Que tal? Aceita a minha proposta? Aliás, se o Word ainda não enlouqueceu, este texto, contando o título, tem 504 palavras.

Comentários

  1. Oi, primo! O que aconteceu com você? Nos últimos dias tenho descoberto um novo Flávio. Não sei se estamos muito distantes e você vem mudando aos poucos ( e eu perdi a mudança) ou se eu não conhecia esse lado calmo, ponderado, romântico...... Brincadeira à parte, adorei a ideia.����

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